2006-09-29

Numa proposta de lei ontem apresentada, o Governo vai criar um desconto de um por cento, inexistente até ao momento, sobre a pensão dos funcionários públicos aposentados.


Acho mal. O desconto deveria ser de 100 por cento. Afinal, para que servem os aposentados, hem? Como dizia o meu velhote, só andam aqui a encher monte. Prà valeta com eles, já!


Custou, mas lá conseguimos vencer os italianos. Parabéns aos jogadores, ao Carvalhal e a todos os que sofreram com a equipa. Agora, vamos ver o que se segue. Mas o Sporting de Braga está crescendo, crescendo...

2006-09-28

FORISTA

Na Internet, o Fórum, a praça pública onde se discutem assuntos especializados ou gerais, ganhou nova pujança. Há fóruns de tudo e mais alguma coisa. Curiosamente, se a tradição dicionarística não atribuía ao participante no Fórum nenhuma denominação, a sua ausência nos dicionários actuais é já incompreensível. É verdade que cada língua procura adaptar à sua índole potenciais neologismos que vão sendo propostos. Uns vencem, outros ficam pelo caminho. Em inglês, a proposta forumers não parece ter vingado, tal como em francês. Em espanhol, balança-se entre o forero e o forista, com primazia para o primeiro. Já estamos a ver porquê: rima com torero, símbolo nacional.
Em português, temos três possibilidades: forense, foreiro e forista, além de possíveis perífrases. Tanto forense como foreiro são, efectivamente, adjectivos relativos a foro, fórum. Mas possuem um carácter muito técnico, ora judicial, ora tributário ou enfitêutico.
Em português, parece-me que a palavra forista, adjectivo ou nome, é perfeitamente válida para definir "o que participa no fórum" ou " o que possui a qualidade de participar no fórum". Tem ainda a vantagem de ser uniforme quando determinado em género, feminino ou masculino. Na minha participação em fóruns, assumi escrever forista. Muitos outros "foristas" assumiram e assumem esta forma, e não tenho visto outra. Portanto, e salvo melhor opinião, proponho que se continue a escrever forista. No futuro veremos se a palavra venceu, e se é dicionarizada.
Hoje joga o meu Braguinha em Chievo. A rapaziada está moralizada, acho que vai correr tudo bem e vamos eliminar os italianos. Força, malta!

2006-09-27

TAXONOMIA

Há quem diga taxinomia, taxionomia, eu prefiro taxonomia.

A taxonomia é a ciência, ou a técnica, da classificação. Em biologia, por exemplo, o trabalho científico é potenciado pela descrição, identificação e classificação dos diversos organismos. Classificar, ordenar em classes, em subclasses, etc, significa sistematizar o mundo, significa ordená-lo em categorias psicológicas que correspondem a categorias existentes na própria realidade. E isso, parecendo simples, é extraordinário para toda a investigação científica.

Ao longo da minha vida, usei múltiplas taxonomias. Antes de as usar, porém, estudei-as. Lembro-me de, por exemplo, ter aprofundado algumas taxonomias relativas a objectivos da educação. Comecei com Bloom, passei por Mager, Landsheere, Guilford e d'Hainaut. Bloom continua a ser, parece-me, o patriarca. Tentei de todos eles obter o sumo mais saboroso, parecendo-me, no entanto, que o sumo tinha, em geral, um sabor semelhante. Talvez fosse defeito das minhas papilas "compreensivas"... Apenas d'Hainaut tinha algo de diferente.
Até d'Hainaut, projectei objectivos na minha perspectiva de professor.
Com d'Hainaut, aprendi a projectá-los na perspectiva dos alunos, das actividades cognitivas que a cada momento mobilizam.
A mudança de perspectiva tem implicações extraordinárias.
Desde que descobri Louis d'Hainaut, não obstante todas as críticas que lhe fazem, planifiquei sempre as minhas aulas com base nas actividades cognitivas que presumia nos alunos: reprodução, mobilização, conceptualização de conhecimentos, resolução de problemas... Entendi sempre, e entendo naturalmente agora, que uma boa planificação é importante para se dar boas aulas. Dar boas aulas sem planificação também é possível, mas...
Espanta-me, pois, que muitos professores actuais nunca tenham ouvido falar em taxonomias. Espanta-me que professores estagiários, jovens acabados de sair das universidades, não conheçam nenhuma taxonomia. Conhecem o nome Bloom. Já não é mau. Mas acho que não chega. É preciso reflectir sobre os conteúdos, sobre a forma de os ensinar e sobre o enquadramento de tudo isso em objectivos gerais do próprio ensino. O resultado será, tenho a certeza, muito compensador.
AMÁLIA, REPRESAS, VITORINO

Ouço Vitorino, menina estás à janela, e delicio-me com a genuína música portuguesa. Admiro os artistas que cantam a grande poesia. Amália cantou Camões; Represas canta Florbela Espanca, Vitorino canta o Cancioneiro. A canção de João Roiz Castelo-Branco é das coisas mais lindas escritas até hoje em português, e é perfeita na voz melodiosa de Vitorino ( in Leitaria Garrett):


Senhora, partem tão tristes
meus olhos, por vós, meu bem,
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.

Tão tristes, tão saudosos,
Tão doentes da partida,
Tão cansados, tão chorosos,
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.

Partem tão tristes os tristes,
tão fora de esperar bem,
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.

João Roiz de Castelo-Branco, Cancioneiro Geral, de Garcia de Resende (1516)

2006-09-26

PROVÉRBIOS

O calado é o melhor.

Da discussão nasce a luz.

Que chatice ter de escolher...

2006-09-25

INVESTIGAR NA NET, SIM, MAS...

Investigar na Internet é muito perigoso, exige muita cautela, porque muitas informações não são correctas. Procuro poetas espanhóis e vejo uma Anthology of Spanish Poetry. Vejo lá Gil Vicente, não me admiro, pois sei que também escreveu em castelhano. O poema que lhe é atribuído é, aliás, muito florido:

Del rosal vengo

Del rosal vengo, mi madre,
vengo del rosale.
A riberas de aquel vado,
viera estar rosal granado,
vengo del rosale.
A riberas de aquel río,
viera estar rosal florido;
vengo del rosale.
Viera estar rosal florido.
cogí rosas con sospiro;
vengo del rosale, madre,
vengo del rosale.

De Gil Vicente, diz o autor do sítio:

Gil Vicente
(? - 1557)

Gil Vicente passed his life in Portugal. He was of good family, although his history is far from certain. During his years at the Portuguese court he wrote many plays, a large number in Spanish with Spanish motives.

Aquela referência a (? - 1557) deixa-me de nariz ao lado. Gil Vicente passou a sua vida em Portugal? Claro, se ele é português...

http://users.ipfw.edu/JEHLE/POETRY.HTM

2006-09-24

WordPress Blogs of the Day

Leio, tento compreender, participo. Sou um leigo na matéria, mas quero aprender. Viajo neste WordPress Blog of the day, analiso os blogues que estão em primeiro lugar. Não fico de boca aberta, porque aos poucos vou aprendendo os mecanismos, a ética, ou a anti-ética. Abro-os e que vejo? Nada! Estas páginas não têm nada, não têm conteúdos, não têm ideias, nada que se aproveite. Por que razão estão em primeiro lugar? É fácil. Aproveitam o momento, falam da Daniella Cicarelli, criam ligações, remetem para o YouTube, para o Ebay para o raio que os carregue. Conhecem as técnicas e aproveitam-se delas. A ética? Que é isso? E depois, não esquecer o sexo, a política, a economia. Meio caminho andado para lá chegar. Conteúdos? Não são necessários. Quero fazer a experiência. Vou contabilizar os incrementos, como sói dizer-se. Eu disse incrementos, não disse excrementos.

Ah, a da Daniella Cicarelli é que está a dar. A mocita fez sexo na praia. Coisa de somenos. Nós fazemos sexo na cama, na banheira, no elevador, no jardim e até nas dunas. Ela, coitada, fez a coisa na praia. O mundo ama, o mundo adora a fofoquice.
Les sanglots longs
Des violons
de l'automne
Blessent mon coeur
d'une langueur
Monotone.

Verlaine, Chanson d'automne

2006-09-22

REGISTOS DE LÍNGUA

O Doutor Anacleto Bonifácio Pires é catedrático na Universidade Alpina do Gerês e especialista em biodiversidades. Em pleno parque natural, muito próximo da Peneda, possui um laboratório onde analisa pormenorizadamente todos os caules, todas as flores e todos os frutos que por ali encontra. É um grande estudioso. Tão estudioso e sapiente que acaba de publicar na revista Ciência e Vida um extenso e profundo artigo sobre a morus nigra, espécie de amoreira existente mesmo nas encostas de Vilarinho das Furnas. Diz ele, nesse artigo, que "A morus nigra é uma árvore caducifólia, de folhas simples e lobadas, cujos frutos vermelhos e pretos têm uma polpa carnosa e agridoce". Lembro-me de, numa conversa, ele ter-me dito exactamente a mesma coisa, o que demonstra as possibilidades da língua, tanto oral quanto escrita, para dizer as mesmas coisas. Sempre admirei o Doutor Anacleto pelo cuidado com que normalmente fala, e pelo cuidado com que escreve, embora nos seus escritos literários ele use um estilo, um registo um pouco diferente. Adoro as suas metáforas relacionadas com a natureza. Lembro-me daquele seu poema em que diz:

Oh serra verde do Gerês,
Sobre ti, águia liberta,
Eu voo em voos matinais...

Conheço o Doutor desde pequeno, percorremos juntos um longo caminho. O que mais me agrada nele é a sua maneira de ser, a forma como se adequa às diversas circunstâncias da vida, a forma como adequa a sua língua a essas mesmas circunstâncias. Digamos que eu vejo nele, como direi, alguns tipos sociais bem diferenciados. Aqui há tempos, ouvi-o conversando com outro catedrático, cirurgião, numa linguagem que não entendi. Dizia o médico, mais ou menos isto:

Amanhã vou fazer uma operação e preciso de uma bala de oxigénio. Acabou a que tínhamos e sem ela não posso operar.

Quando se despediram, eu pedi-lhe desculpa e dei-lhe conta da minha ignorância. Ele sorriu e explicou-me que o amigo usara uma gíria médica, umas expressões que os médicos usam entre si e que todos compreendem. Fiquei então a saber que a "bala de oxigénio" é um cilindro de oxigénio, uma botija.
Talvez não saibam, mas o Doutor é um grande atleta, joga futebol de salão com os amigos. Quem o conhece fica de boca aberta quando, em pleno jogo, ele desata um " F*d*-se, passa a bola, c*r*lho". Afinal, ele também usa palavras de um registo mais baixo, mais popular e obsceno, o calão. Mas di-lo sempre sem intenção de ofender. Eu acho graça quando ele grita para o Inocêncio, "Oh Inoxênxio, paxa a bola!". Partimo-nos a rir, porque esta característica fonética regional ( ele viveu a sua juventude lá para os lados de Amarante), este regionalismo, dá-lhe um ar amigo e formidável.
Todos gostam do Doutor Anacleto. Os amigos disputam a sua companhia, os seus familiares adoram-no. Quando ele se lhes dirige naquele registo familiar tão peculiar e diz Olha a minha bichaninha, anda cá, meu amor, dá cá um chi-coração , ficam todos babadinhos.
Este grande amigo é um espectáculo. É uma síntese de tudo e de todos. Tem em si o homem culto, o catedrático, que usa um registo de língua elevado, culto, tanto na escrita como na fala. É também um escritor, um poeta, e usa o registo literário adequado. É, no entanto, um homem normal, usa normalmente a língua que é usada por toda a gente ( a língua-padrão). Mas também conhece e usa outros registos, que aprendeu ou que lhe são intrínsecos, naturais, como a gíria,o calão, o regionalismo ou a própria linguagem familiar.
Pessoalmente, agradeço ao Doutor Anacleto por me permitir escrever este texto, que é a prova mais do que provada de que é muito difícil distinguir níveis ou registos de língua, e que, na maior parte das vezes, nós usamos uma mistura de acordo com as nossas necessidades e com as circunstâncias em que vivemos no nosso dia-a-dia.



Palavras-chave: registos de língua, níveis de língua, léxico, registo literário, registo cuidado, norma, língua-padrão, registo familiar, gíria, calão, regionalismo

2006-09-21

Mensagem de Francisco Gadunhas

De Francisco Gadunhas, morador em Vilarinho das Furnas, recebi o seguinte texto:

Caro amigo:

Acompanho com interesse os seus escritos. Li o último sobre o mito da mulher de bigode. Confirmo que não é mito: ali em baixo, numa casita que dá para o rio, mora uma velhota que tem um bigode maior do que o meu. Não sei se rapa as pernas, mas o bigode está lá en su sítio.

Abraço, e continue!

Ah, e gostei da Ana Afonso, chiça, que a gaja é boa com'ó milho!

2006-09-20


PORTUGAL E A (SUA) MITOLOGIA

Mito nº 1 - A mulher portuguesa é feia, barriguda, usa bigode e só serve para mulher a dias.

Este mito, difundido pelos confins da Amazónia e até na kangaroo Austrália, não tem qualquer fundamento. Ultimamente, os franceses sorriem à sua entrada na escola, os ingleses já só se põem a dez metros de distância e até os espanhóis, pasme-se, já descobriram que as portuguesas medem tanto quanto las chicas de su pueblo. Pelos vistos, as nossas queridas são mais rechonchudinhas do que as anorécticas das célebres passarelas e vai daí o governo apontou-as como exemplo. Quanto ao bigode, é mentira, elas já rapam tudo. A Gillette acaba de informar sobre o número de vendas de lâminas de barbear e Portugal aparece em primeiro lugar. E não são os homens, porque esses cada vez estão mais carecas. Finalmente, a mulher portuguesa é bela, muito bela, superlativamente belíssima. A par das brasileiras, são as maiores consumidoras de silicone, o que prova o aprofundamento estético. Quanto à valoração profissional, as nossas mais-que-tudo são do baril, as maiores, e já ocupam lugares de privilégio. Deixaram de saber latim e de dizer nim, mas dizem frenética e orgulhosamente oh sim, oh sim.

PS - Obrigadinho à Ana Afonso, desculpa lá o abuso, mas tu matas o mito.
A BARCA DO INFERNO

Que bens fizeste na vida
que te sejam cá guiantes?
Se bem me lembro, Gil Vicente escreveu muitos Autos, uns mais bem conseguidos, outros nem por isso, mas todos eles com um espírito crítico assinalável. O que mais me admira no nosso grande dramaturgo é a sua capacidade para criticar grandes e pequenos, numa época de dependências e subserviências várias. Se olho para os Autos da Barca do Inferno, do Purgatório e da Glória, vejo quase todas as personagens-tipo serem encaminhadas para a barca do Inferno, que é o lugar ideal para quem passa a vida fazendo o mal. Fidalgos, onzeneiros, judeus, procuradores ( Barca do Inferno), lavradores, tafuis, regateiras, frades (Barca do Purgatório), nenhum escapa ao destino simbólico das chamas. Mas o clímax desta caminhada encontramo-lo na Barca da Glória, onde progressivamente condes, duques, reis, imperadores, bispos, arcebispos, cardeais e até os papas ( pela luxúria e pela soberba) são colocados no Inferno, sem salvação possível. No meio de tudo isto, escapam figuras como o Parvo, ou os Quatro Cavaleiros, um porque é parvo e não tem culpa de o ser, outros porque lutaram pela fé de Cristo e assim se purificaram.

À pergunta do Anjo, Que bens fizeste na vida que te sejam cá guiantes?, o que responderiam personagens equivalentes da nossa actualidade? O que diria o professor, o médico, o dirigente de futebol, o ministro e até o papa? O que diria eu? Ponho um dedo na testa e.

2006-09-19


COMO AS ÁGUIAS
Encontrei na Internet um texto surpreendente quando recolhia informação sobre as águias. Simples e surpreendente. De Fábio Luciano Violin, professor brasileiro, universitário. Achei o texto tão interessante que me atrevo a repeti-lo, com a devida vénia ao autor.

Como as Águias


A águia é uma ave surpreendente e fascinante. Ela pode chegar a viver até 70 anos!
No entanto, aos 40 anos ela está com suas unhas compridas que a impedem de agarrar suas presas, o bico fica alongado e pontiagudo e suas asas envelhecidas dificultam o vôo.
Diante dessa situação ela tem apenas duas opções: morrer ou enfrentar um processo doloroso, sacrificante e difícil de renovação. Assim, ela voa para o alto de uma montanha e em total isolamento dá início a sua renovação.
Começa por bater com o bico contra a rocha até que ele seja totalmente arrancdo. Quando o novo bico então nasce ela o utiliza para arrancar as unhas. Após o crescimento das novas unhas ela arranca as penas velhas. Todo o processo leva em média 150 dias.
O resultado é que ela pode voltar a voar alto, caçar seu alimento e viver por mais cerca de 30 anos!

Esta é uma história que circula pela internet e se pararmos para prestar atenção ela nos ensina muitas lições.

Muitas vezes nos sentimos cansados, desanimados, descontentes com nossa vida, nosso emprego. Por vezes perdemos a nossa “força para voar”. Perdemos a esperança e a perspectiva de dias melhores.
Diante dessa situação temos duas opções: desistimos e nos conformamos ou enfrentamos o tão doloroso, mas, necessário processo de renovação.
Porém, o mundo não para porque temos problemas. Podemos comparar nosso processo de renovação e aperfeiçoamento como o de um avião que precisa ser abastecido e concertado em pleno vôo, ou seja, o mundo não vai parar pelo facto de termos problemas ou necessidade de melhorarmos ou nos renovarmos.
Esta renovação constante é tão importante quanto respirar, aliás é ela que nos faz respirar, ganhar novo ânimo e seguir em frente.
Por mais difícil que seja a jornada de cada um de nós, por maiores que sejam os nossos problemas , angustias e preocupações, é preciso sempre lembrar que as dificuldades são comuns a todos e que alguns simplesmente passam a vida lamentando outros passam a vida realizando.
Seguem algumas dicas práticas:

- Fique pelo menos uma vez por semana sozinho e repense seus passos, repense suas realizações, reveja seus objectivos, reveja como vem conduzindo sua vida pessoal e sua carreira. Tire um tempo para re-alinhar ou reajustar suas metas e objectivos.

- Reveja periodicamente seus conceitos. O que hoje é válido pode não o ser daqui a 3 meses. No entanto, não se torture com os erros, deixe-os para trás, aprenda com eles, mas deixe-os para trás. Isto não significa que você deva cometer novamente os mesmos erros, ou se conformar por não ter atingido seus objectivos totais ou parcialmente. Este exercício serve para repensar sua forma de agir e não como uma forma de auto justificar-se pelas falhas.

- Aprenda com as situações novas e arme-se contra velhos problemas.

- Corte vícios, mesmo que aos poucos, mas corte sempre.

- Perca o medo de assumir-se como ser limitado e que precisa de constante renovação pessoal e profissional.

A vida é uma questão de atitude, o sucesso é uma questão de atitude. Crescer e prosperar são uma questão de atitude. Fazer-se um ser humano melhor...Uma obrigação para connosco e para com aqueles os quais são tão importantes para nós.
VIVA PORTUGAL!
O Ministro da Saúde diz que os utentes vão pagar mais taxas moderadoras, operações, serviços diversos. O Ministro das Obras acabadas e por acabar diz que o compromisso deve ser geracional, e que todos devem pagar portagens nas scuts. O Ministro da Educação diz que os alunos devem pagar propinas muito mais altas. O mesmo diz que os professores ganham muito e que vão ganhar metade. O Ministro das Berlengas está pensando instituir um imposto especial para cada cagadela. Ao mesmo tempo, já disse que o IRS vai aumentar, e se não disse está pensando dizê-lo. Os ministros X, Y e Z dizem que estão neste momento a estudar o habitat das águias na Peneda, Gerês. E isso porque há habitantes da serra que beneficiam escandalosamente com os excrementos das aves, que são, como se sabe, um excelente adubo. O povo português abre a boca de espanto com a acção governativa, e bate palmas incessantemente. Estamos a caminho da consolidação orçamental, o défice já só está em 4 vírgula tal e estes gajos é que são bons. O Zé da Esquina já mandou guardar dez quilos de labrestos para fazer umas sopitas, à falta de couves no quintal. Diz ele que o seu avô adorava daquelas sopas e era esguio e muito saudável. Acha a acção governativa um must, pois contribui para o emagrecimento geral. Também acha os governantes do melhor, pois são corajosos nas medidas contra o povo. Já o Tio Manel não vai na onda e diz que nunca viu igual, e que nem no fascismo se via tamanha gatunagem nem tamanha corrupção. E diz mais, diz que isto só à bomba. Mas o Tio Manel é analfabeto, coitado, não sabe o que diz.

2006-09-18


ANA MALHOA
Ontem o Herman recebeu lá na SIC a Ana Malhoa. A moça até está bem bonita, já lá vão os tempos da pequenada, e ela trata da sua vidinha. Sim, porque ninguém vai dar-lhe nadica de nada, a não ser tricas e invejas. O seu sítio oficial está todo prafrentex, mas é uma forma de marketing perfeitamente aceitável. Há quem não goste da música? Há quem não goste do microfone? Há quem não goste das mamitas? Que se lixem, não é, Ana? Por cada palerma que não goste, há mil que suspiram. Força nisso!
KIZOMBA - ANGOLA - FAZ AMOR COMIGO

Teu sorriso iluminado
Vejo evolução em mim
E por tudo o que é sagrado
Nunca imaginei que ele era alguém assim
Vendo água cristalina
Veio procurando o mar
O desejo me alucina
Faço qualquer coisa para você ficar

Faz amor comigo
Faz amor comigo
Me tira desta solidão
Vem matar minha saudade
Faz essa vontade do meu coração
Faz amor comigo
Faz amor comigo
Me tira desta solidão
Vem matar minha saudade
Faz essa vontade do meu coração

O teu jeito apaixonado
Os teus olhos cor de mel
O perfume do pecado
Que me faz sonhar, chegar até ao céu
Teu abraço é meu sossego
O teu corpo o meu calor
Teu carinho é o meu chamego
A felicidade tem o teu sabor

Faz amor comigo
Faz amor comigo
Me tira desta solidão
Vem matar minha saudade
Faz essa vontade do meu coração
Faz amor comigo
Faz amor comigo
Me tira desta solidão
Vem matar minha saudade
Faz essa vontade do meu coração

Faz amor comigo
Faz amor comigo
Me tira desta solidão
Vem matar minha saudade
Faz essa vontade do meu coração
Faz amor comigo
Faz amor comigo
Me tira desta solidão
Vem matar minha saudade
Faz essa vontade do meu coração
Faz amor comigo
Faz amor comigo
Me tira desta solidão
Vem matar minha saudade
Faz essa vontade do meu coração
Faz amor comigo
Faz amor comigo
Me tira desta solidão
Vem matar minha saudade
Faz essa vontade do meu coração

Faz amor comigo
Faz amor comigo
Me tira desta solidão
Vem matar minha saudade
Faz essa vontade do meu coração
Faz amor comigo
Faz amor comigo
Me tira desta solidão
Vem matar minha saudade
Faz essa vontade do meu coração.
Bom dia!
Hoje acordei muito bem disposto, ao som de Kizomba.. Gosto destes jovens e destas músicas sensuais.
E se lhes oferecesse umas letras? Ai vai uma: Faz amor comigo.

2006-09-17



MEMÓRIA DAS MOEDAS CORRENTES EM PORTUGAL, DESDE O TEMPO DOS ROMANOS
Está disponível na internet, digitalizado pelo Google, este importante livro, publicado em 1856 por Manuel Bernardo Lopes Fernandes. Em português, há, na minha opinião, mais dois livros fundamentais para o conhecimento da nossa numária:
1- ARAGÃO, A. Teixeira de, Descrição Geral e Histórica das Moedas Cunhadas em Nome dos Reis, Regentes e Governadores de Portugal, 2 ed., Porto, 1964. ( dois grossos volumes).
2 - GOMES, Alberto, Moedas Portuguesas e do território português antes da fundação da nacionalidade.Lisboa, 4ª edição, 2003.
Para quem quiser aprofundar estudos sobre a moeda e sobre os metais usados, pode consultar as referências bibliográficas desta ligação: Moeda e metais monetários em Portugal .



GAUDÍ E O ADAMASTOR

Espanha fica aqui ao lado. Sempre que posso, percorro calmamente as belezas da Galiza. Este ano espantei-me com a destruição da paisagem, em resultado de grandes incêndios. A Galiza é, hoje, o mesmo Portugal queimado, e dói ver tanta beleza destruída. Esta imagem aviva-me outra na memória. Há anos, descíamos do inferno de Andorra, cujas montanhas ardiam e cujo céu assustava de tão negro. Dirigimo-nos a Barcelona perseguidos pelo cinzento, aéreo, Adamastor e parámos perto da Plaça de la Sagrada Família, junto à catedral inacabada de Gaudí. O cenário era dantesco, a nuvem negra poisava literalmente nos picos da catedral e prevíamos que a todo o momento se abririam as comportas do céu. Decidimos sair imediatamente de Barcelona em direcção a Madrid. Quando lá chegámos, sentados a tomar tranquilamente um “curto”, vimos na televisão as imagens aterradoras de uma Barcelona submersa. Daquela vez salvamo-nos do dilúvio. A imagem da catedral de Gaudí, do Adamastor e das águas furiosas ficou para sempre.

2006-09-16

POEMA MEU VIII

sempre que tu ó vida me apeteces
e singras ofegante nos quintais
eu serpenteio eu trino nos teus ais
e tu de seio em riste me enlouqueces

mergulho-te nas malhas que me teces
e assim cruzados sofro mais e mais
relâmpagos estrondos carnavais
tu dás-me o seio eu dou-te o que mereces


Copyright José Silva
ANGOLA

Eram quatro. Dirigiram-se a mim, humildes, com uns documentos na mão. Disseram-lhes, em Lisboa, para se apresentarem na Escola X. Traziam um cheque individual, eram sete da tarde, os bancos estavam fechados. Compreendi rapidamente que eram estudantes bolseiros, que estavam esfomeados e que estavam num mundo diferente. Dirigi-me à cozinha da escola, pedi à cozinheira que lhes desse algo para comer. Eram quatro e devoraram tudo. Às nove da noite percorri com eles a cidade, encontrei-lhes alojamento, adiantei-lhes algum dinheiro. No dia seguinte lá estavam, acertámos tudo, inscrevi-os em duas turmas. Tiveram muitas dificuldades mas venceram-nas, com muita canseira e suor. Acompanhei-os durante mais uns anos, dois acabaram a universidade. Somos grandes amigos. Sei que tenho em Angola quatro lares que me receberão de braços abertos se um dia ali for. Um grande abraço de amizade para os quatro. Um grande abraço para Angola, pátria irmã.

2006-09-15



MAMARRACHO
Por definição, um mamarracho é uma pintura, uma escultura ou uma obra arquitectónica defeituosa. Olhem bem para a fotografia: onde está o defeito? O que mais admiro nos artistas é a sua capacidade para esteticizar o que, eventualmente, não tenha estética nenhuma. Neste caso, o Campo da Vinha fica lindo, a igreja do Pópulo ao fundo tem um enquadramento espectacular, ajudado pelo espelho de água bem aproveitado pelo artista. Não sei o seu nome, aproveito-a sem autorização, mas bato-lhe palmas. Porque a verdade é que, do outro lado, não há espelhos de água. E aquela obra arquitectónica à esquerda não se enquadra absolutamente nada na paisagem. Com um pouco mais de inteligência e sensibilidade estética, o Campo da Vinha podia ser um espectáculo. E não é. Está melhor do que estava dantes? Sem dúvida. Está mais bonito? Está. Podia estar melhor? Nem se pergunta.
O BRAGA GANHOU
Finalmente, uma boa notícia desportiva: o meu Braguinha ganhou ao Chievo, de Itália, e prepara-se para entrar na fase de grupos. Estão todos de parabéns. A nossa cidade bem merece estar entre a elite do futebol europeu.

2006-09-14


CAMUS

Há um único problema filosófico verdadeiramente sério: o suicídio. Julgar se vale ou não a pena viver a vida é responder à pergunta fundamental da filosofia.
Leio os existencialistas: Sartre, Camus, Simone de Beauvoir. Leio também Kaffka. E entristeço-me, porque têm da vida uma visão negativa, demasiado negativa para o meu gosto. Dirão que, para a maioria das pessoas, a vida é mesmo assim, escura, rude e difícil de viver. Mas se não encontrarmos uma luz lá no centro da escuridão, resta-nos o suicídio. Se eu responder à pergunta fundamental de Camus, agindo, terei tempo de saborear a solução do problema?
EMMA SHAPPLIN

Lembro-me bem. Trovejava intensamente, raios cruzavam-se pelo ar, fui à janela e vi um fogo de artifício extraordinário. Na rádio, uma música forte, uma voz timbrada e inesquecível ajudava-me no enquadramento. Alguém me tinha sugerido já aquela voz, mas ouvi-a então quase em êxtase. Era Emma Shapplin, linda, romântica, doce e francesa. Não descansei enquanto não consegui toda a sua discografia. Continuo a ouvi-la com encantamento. O álbum recente, ETTERNA, confirma-a. Vou ouvi-la sempre.

TINTIN

Encontrei no fundo do meu baú alguns exemplares de Les aventures de Tintin. Velhos e bons tempos!... Por onde andam o Patinhas, o Fantasma, o Mandrake, e tantos outras personagens que nos preencheram o imaginário? Os jogos de computador, as play-station, os messenger, os telemóveis e as sms, cumprirão a mesma função no universo infantil? As nossas crianças, os nossos jovens vivem num mundo substancialmente diferente. E nós temos de acompanhá-los. Só uma coisa não muda nunca, pois é universal: o amor, o carinho que sentimos uns pelos outros e que nos dizem que somos os mesmos humanos.
ENGLISH HUMOR

In the park, somewhere in London one gentleman sits on the grass, kissing young girl. Policeman comes to them and says:
- Finish, guy!
Gentleman answers with pride:
- No, sir! I'm British!



TEATRO CIRCO
Leio no sítio da Câmara Municipal de Braga que o Teatro Circo poderá ser visitado a partir de 1 de Outubro. É uma notícia excelente. O Teatro Circo é uma referência incontornável da cidade, e desejo que as obras entretanto efectuadas o tenham melhorado substancialmente. Moura Coutinho, o grande arquitecto, bem o merece. Estou ansioso por ver todo o "novo" edifício, o museu, e as actividades culturais que se realizarão em tão nobre e para mim saudoso lugar.

2006-09-13

O GÉNERO FEMININO

A propósito do género da palavra Angola, diz, no Ciberdúvidas, C.R. ( presumo ser Carlos Rocha), em 13.09.2006:

De acordo com a regra geral, o nome próprio Angola é feminino por terminar em –a.
Não me parece feliz esta afirmação. Com efeito, não me parece existir tal regra de formação do feminino, embora seja verdade que a maioria das palavras portuguesas terminadas em –a seja feminina. C. R. tem consciência desse facto pois, em parágrafo posterior, ressalva que:
os nomes de países terminados em -a nem sempre são femininos: «(o) Quénia», «(o) Uganda», «(o) Camboja»
O elemento que determina o género feminino não é o –a do final da palavra, mas o determinante que a precede. Por isso dizemos A Angola que eu adoro, e não O Angola que eu adoro, ou O poema que li ontem e não A poema que li ontem.
GIL VICENTE, OS JOVENS E OS BÁRBAROS

Os jovens atletas do Gil Vicente protestam contra decisões que os impedem de praticar desporto. Bato-lhes palmas, acho que o seu protesto devia ser ainda mais vigoroso. Considero inacreditável que um conjunto de dirigentes idiotas e, ao que se vê, corruptos, decidam sobre o desenvolvimento físico, intelectual e moral de jovens que apenas querem ser jovens e crescer de forma sã. Se as leis permitem isto, há que destruir as leis, e fazer outras que sejam justas. Que os organismos internacionais e nacionais que comandam o futebol profissional se cabeceiem, insultem ou rastejem. Mas que deixem os jovens em paz. Estou com os jovens contra os bárbaros.
ZAMPHIR

Pela noite dentro, leio, escrevo e ouço Zamphir. Só, incessante, um som de flauta chora. Pessanha e eu.

2006-09-12


DALAI LAMA
Hoje fui aos Correios, na Avenida, em Braga. Finalmente aquilo está comme il faut, quem espera pode ler livros e revistas, assim, sim! Enquanto esperava, peguei num livro do Dalai Lama, sentei-me e comecei a lê-lo. Uma revelação! Sabe tão bem sentir o espírito a pairar sobre nós, ler sobre o bem, a bondade, a compaixão ou o amor... Vou querer ler tudo dele. Eu era o número 12; quando dei por ela já ia no 15. Nunca gostei tanto de esperar como hoje.
COMEÇARAM AS AULAS
Primeiro dia de aulas. O P. acordou alegre, levantou-se às sete e trinta, há quanto tempo não se levantava assim? A escola fica perto, vai a pé. Continua com os mesmos amigos, chegou uma aluna nova, de quinze anos, disse-me maroto… As professoras de Português e Geografia são as mesmas, as outras são todas novas. Disse-o com pena, porque gostava de todas as professoras. Porque mudam assim os professores de ano para ano? E porque são quase todos mulheres? Porque não acompanham os alunos durante o ciclo de aprendizagem, que neste caso é de três anos? O P. só tem treze anos, gosta da escola e de jogar futebol. Eu acompanho-o o mais possível, gosto de o acompanhar. Assim, vamos sendo felizes.

2006-09-11

SARAMAGO
Foi em 1985, ou 1986. O meu filho mais velho tinha à volta de dez anos e era moço esperto. Curioso, lia os jornais. Um deles trazia um concurso sobre língua portuguesa, uma pergunta simples. Concorreu e ganhou um prémio. Lembro-me do seu sorriso quando recebeu uma embalagem com o seu nome. Abriu, o prémio era um livro: O Memorial do Convento, de José Saramago. Começou imediatamente a lê-lo. Ao fim da primeira página, olhou para mim, com olhos um pouco desgostosos e perguntou-me: “O livro é todo assim?”. Sorri e disse-lhe que não sabia, que não o tinha lido. E não tinha, o livro era relativamente recente. Passei a noite toda a lê-lo. No dia seguinte disse-lhe: “ Tens razão, o livro é um pouco difícil para a tua idade”. Tenho lido todos os livros do nosso prémio Nobel. Gosto de alguns, não gosto de outros. A técnica narrativa utilizada, com períodos muito longos e sem pontuação, não é a que me agrada mais. Mas os temas prendem-me a atenção. Não sei se o meu filho conseguiu ler o Memorial desde então, ou se leu algum livro do nosso grande autor. Penso que sim. Mas, se não o leu, leu outros, esses sei que leu: Eça, Vergílio Ferreira, Maria Velho da Costa… E fico a pensar por que razão prefere (prefiro) Vergílio Ferreira.

2006-09-10




POEMA MEU VII

Estou aqui sentado nesta onda,
Que a vida sobe e desce e vai em recta,
O guarda ali atrás acaba a ronda,
Olho o longe delineando a meta.

Há duas, há três horas que aqui estou,
Mais cinco e dez minutos vão rasgando,
Eu já não sei se fico ou se vou,
Eu já nem sei, meu Deus, se aqui ando.

Eu quero ir além, mas se lá chego,
A linha avança, afunda-se no mar.
Às vezes é melhor o aconchego
Do instante em que se saiba amar.

Copyright, José Silva

2006-09-08


DINHEIRO - D. DINIS e D.PEDRO I

D. Dinis e D. Pedro cunharam dinheiros em oficinas monetárias de Lisboa.
Tipologicamente, não há grande diferença entre os dinheiros dos dois monarcas, o que torna a classificação por vezes difícil. Distinguem-se, fundamentalmente, pela diferença entre o P e o D, iniciais dos seus nomes. Porque o estado de conservação destas moedas é, em geral, muito fraco, a dificuldade em classificá-las é ainda maior.

Os dinheiros de D. Dinis e de D. Pedro têm as seguintes características, cf. Maria José Pimenta Ferro, Catálogo, Biblioteca Nacional de Lisboa, 1978 :

A – ANVERSO
a) Cruz potêntea de braços levemente curvos.
b) Cruz potêntea de linhas de braços perpendiculares e extremidades acentuadas.
c) Cruz pátea.

A cantonar a cruz há os seguintes elementos:
a) 2 estrelas e 2 crescentes.
b) 4 estrelas.
c) 2 minguantes e 2 crescentes.
d) 1 crescente e 3 estrelas.
e) 3 crescentes e 1 estrela.
f) 2 estrelas e 1 crescente.
g) 1 estrela e 2 crescentes.
h) 2 estrelas.
i) 2 crescentes.

A legenda, entre dois círculos granulados, é a seguinte: REX PORTVGL (com algumas variantes, ver AGOMES).

B - REVERSO
Cinco escudetes em cruz a cortar a legenda, cinco besantes dispostos em aspa.
A legenda, ALGARBII, surge no canto superior direito, superior esquerdo e, em poucos casos, inferior esquerdo.

C - MÓDULO E PESO

Variam entre 18,6 mm e 14,7 mm; 1,06 g e 0,39 g.

Os dinheiros de D. Pedro I são muito mais raros, logo mais valiosos.

MOEDA BELA: O QUE É A BELEZA?
Para definir a BELEZA, eu partiria de duas perspectivas, a da ARTE e a do AMOR. Depois, tentaria pôr as duas numa balança assim meio etérea, e veria para que lado descairia a coisa. É evidente que uma moeda tem, entre outros valores, um valor artístico. Assim, meio de rompante, nós achamos bela uma moeda romana ou grega de traços bem definidos, um ceitil frágil, um cruzado resplandecente de Sebastião. E pensamos nos artífices, nos artistas que fizeram tal obra de arte. Depois, de entre sestércios, ceitis ou cruzados doirados, nós escolhemos o frágil ceitil, como escolhemos, em determinado momento da nossa vida, a "frágil flor", uma mulher, que doravante amamos. Ao amar o ceitil, faço prevalecer o AMOR sobre a ARTE. E aqui, creio, sou platónico, mas um platónico consciente e sempre de olhos fixos na balança. A BELEZA é, para mim, essencialmente AMOR.

2006-09-01

BELA MOEDA ou MOEDA BELA?

Leio, por vezes, frases com adjectivos qualificadores deste tipo. Há, na língua portuguesa, um grande conjunto de adjectivos cujo funcionamento sintáctico-semântico não é uniforme. Com adjectivos classificadores, por exemplo, o posicionamento pré-nominal não é aceitável: português povo // povo português. Outros adjectivos qualificadores potenciam ambiguidade: homem político // ?político homem. Há, no entanto, um determinado tipo de adjectivos qualificativos que mudam de abrangência significativa consoante são colocados antes ou depois do NOME. É o caso do adjectivo BELA, por exemplo. Se pararmos um pouco para pensar, concluiremos facilmente que uma BELA MOEDA não é obrigatoriamente uma MOEDA BELA. Na taxonomia classificatória usada na numismática portuguesa, BELA é um estado de conservação específico, mas tal estado só é objectivamente atribuído se o adjectivo BELA estiver à direita do NOME. Se estiver à esquerda, o factor objectivo esbate-se, para dar lugar a uma apreciação que é já subjectiva. Desconfie, portanto, se um vendedor disser, de uns simples 50 reis de D. Luís: “Trata-se de uma bela moeda”. O mais certo é estarmos em presença de uma moeda em estado regular, ou BC. Acredite que, se a moeda estiver BELA, o vendedor dirá mesmo: MOEDA BELA!