2006-06-21


O CANUDO E O LONGUINHOS
No Bom Jesus de Braga, junto ao elevador, vê-se uma estátua equestre. Montado a cavalo, o centurião Longuinhos, contemporâneo de Cristo, acompanha-o na visão da cidade. Simbolicamente, Longuinhos viu Deus em Cristo, ou feriu Deus em Cristo. Ambos, Cristo e o centurião, analisam criticamente a cidade, as montanhas ao longe, o mar ao longe, o mundo para além do mar. Na esplanada, continua o canudo, ou o lugar do canudo, do grosso telescópio com que se aproximavam as nevralgias da urbe mitral. Peguei no canudo, ofereci-o ao contemplativo romano e pu-lo, feito eu, esmiuçando a cidade, o horizonte e o mundo nos confins do mar. Brácaro, procuro a porta aberta no limite da cidade. Que o arco da Porta Nova não nos caia, já que de portas nem vê-las.