2006-10-04

MARIA FILOMENA MÓNICA

Ontem vi e ouvi, com muito interesse, uma entrevista de Maria Filomena Mónica na televisão. Eu já sabia que a senhora era bonita e inteligente, já tinha lido umas coisas dela, e confirmei-o. As suas ideias, a forma como se posiciona na vida, a coragem de escrever sobre si própria, tudo isso faz dela uma personagem fascinante. Gosto dela, mas não gosto de todas as suas opiniões acerca dos portugueses. Acho, aliás, que houve algumas contradições no seu longo discurso. Porque os portugueses têm muitos defeitos, mas não tantos. O que me aborrece neste tipo de discurso é o oitenta da coisa, o lado escuro, negativo. Porque nós temos coisas muito positivas, precisamos é de falar delas. Mas os pensantes, os baptistas, os fazedores de opinião, são assim, gostam de riscar a negro, de cima a baixo. E depois, esta mania de que os portugueses só foram bons no passado, este ritual discursivo em torno do mito do “eterno retorno”, já começa a chatear. Porque nós fazemos coisas boas, nós temos o Saramago, nós temos o Damásio, nós temos o Ronaldo e o Mourinho, nós temos a Filomena Mónica, enfim, nós até somos bons em muitas coisas. É ou não é, Filomena Mónica?