2006-07-17

HABERMAS, GRICE e os outros...
Leio Jürgen Habermas e penso em Paul Grice, nas implicaturas, nas máximas conversacionais. No meio de tanta alusão, de tanta ironia, de tantos subentendidos que fundam a linguagem, por que razão relevar a máxima da sinceridade? Porquê esta necessidade de lembrar sê sincero, como se partíssemos do princípio de que nunca ou raramente o somos? Porque passamos a vida a ler nos outros as entrelinhas, o entredito, o interdito, para além daquilo que é simplesmente dito? Porque não cremos decididamente no outro? Dizia-me há dias a Ritinha: sou cartesiana por necessidade real, a minha dúvida é metódica desde que conheço o Ricardo. Ela lá sabe. Acho que tem de ler os nossos filósofos, a ver o que lhe piscam ao ouvido.