POEMA MEU IV
(metáfora vazia)
Ontem sonhei que estava numa estrada,Sem nada, sem ninguém, apenas bruma.No fundo, no além, além do nada,Meu sonho transmutava-se em espuma.Tombavam em metáfora inventada,As tuas mãos, a tua face, à uma,Nem um esgar na noite inominada,Silêncio no sorriso de ti suma.Os sonhos são metáforas vaziasDe tudo o que sonhamos bem despertos,No caminho, no campo, na gadanha.O fundo da verdade é quando ias,Ao lado, não da bruma, olhos abertos,Vencendo, forte, a íngreme montanha.
Copyright José Silva