2006-07-20


POEMA MEU IV
(metáfora vazia)

Ontem sonhei que estava numa estrada,
Sem nada, sem ninguém, apenas bruma.
No fundo, no além, além do nada,
Meu sonho transmutava-se em espuma.

Tombavam em metáfora inventada,
As tuas mãos, a tua face, à uma,
Nem um esgar na noite inominada,
Silêncio no sorriso de ti suma.

Os sonhos são metáforas vazias
De tudo o que sonhamos bem despertos,
No caminho, no campo, na gadanha.

O fundo da verdade é quando ias,
Ao lado, não da bruma, olhos abertos,
Vencendo, forte, a íngreme montanha.

Copyright José Silva