POEMA MEU III
Há dias em que a íris do silêncio
Sorri até ao voo das gaivotas,
Melodiosa, azul, plena de murmúrios,
Em direcção a ti.
Eu sinto-a nas entranhas dos rochedos,
Nos mergulhos de espuma, nas ondas furiosas,
Na brisa violenta dos olhares,
Na seiva delirante das acácias...
Há dias em que a íris do silêncio,
Do teu silêncio falado,
Se mancha de vermelho e se arremessa
De encontro ao meu coração.
Quisera transformar os dias do voo das gaivotas
Em perenes, cristais palpitações,
E concluir assim que tu em mim
Do silêncio a íris me darias
Transportada no algodão do vento,
Para todo o sempre.
Copyright José Silva